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Um dia você se dá conta que a melhor fase da sua vida foi sua infância. Quando não precisava se preocupar com nada e com ninguém. Não se preocupava com o que os outros pensavam de você, com o que seria no futuro, com brigas e problemas.
Você não tinha opinião sobre nada e pra você tudo sempre estava bem. Você queria ver seus pais juntos, e que eles parassem de brigar, assim como os dos seus amigos. Você não precisava de roupas de marca, nem de piercings nem de tatuagem, 50 centavos era dinheiro pra você. Imagina quantas balas poderia comprar? Não precisava de muitos amigos porque podia imaginá-los. Você desejava à união, a partilha, as brincadeiras, você desejava ser adulto. Você sentia a felicidade sem motivo, sem nem saber que sentia, sem nem saber o que significava.
Não se perguntava quem você era pra que tinha nascido como o mundo existe quem era o presidente do Brasil, o que foi a Segunda Guerra Mundial, quantas pessoas morrem de fome por dia...
E aí, um dia, um bendito dia, de repente, não mais que de repente você acorda. Cai a sua ficha. Alguém te da uma lambada. E percebe quantas pessoas existem a sua volta e repara que elas também percebem você. Percebe que embora seja único, você é igual a todo mundo. E nessa hora você fica tonto, porque ninguém vai parar o universo pra te explicar.
Começa a se preocupar com as suas roupas, com a escola, com seus sonhos, com o vizinho, com o corpo, com os outros, com os amigos, com piercings e tatuagens, com dinheiro, com festas, com sentimentos...
Já não consegue mais ter amigos imaginários. Já não consegue mais nem imaginar.
E você toma remédios pra dor de cabeça, pra emagrecer, pra dormir, pra acordar, pra se acalmar;
e você já não quer seus pais juntos porque eles brigam muito. E já não deseja mais união, e sente muito mais tristeza do que felicidade. E o pior e que você aprende o que os dois significam, e acha que pra senti-los precisa ter algum motivo..
Você deixa de ser simples como uma brincadeira a passa a ser complexo como a Segunda Guerra Mundial.
Você sofre por ver as crianças passando fome e sofre por não ter que roupa vestir na festa de amanha.
E você se perde nesse mundo cheio de etiquetas que nada valem, mas que sempre carregam junto um preço alto e um produto fútil.
E começa a se perguntar, 'quem sou eu?' e de novo começa a ficar tonto.
Então você erra, e erra de novo, e pede desculpas, mas sabe que elas não apagam o passado e muito menos o fazem voltar.
E é ai que chega o dia em que você realmente queria que ele voltasse. Chega o dia em que você deseja ser criança: não ter mais problemas, perdoar fácil porque nem sabe o que é errar. E tudo é tão perfeito, tão alegre.
E o Sol?
E as estrelas quanto tempo faz que você não conta?
O castelo de areia, o lápis de cor...
Tudo acaba.
A nossa vida acaba.
E passamos a maior parte dela tentando desvendá-la, tentando achar nosso caminho aqui na Terra. Isso tudo porque somos orgulhosos o suficiente para achar que pra toda pergunta a uma resposta, e tudo que existe tem uma razão.
Talvez, não devêssemos viver cada minuto intensamente, talvez não devêssemos aproveitar ao extremo.
Talvez não devêssemos nos arrepender, mas também não deveríamos pensar no 'eu não devo'.
Seria bom se eu pudesse descomplexar a minha vida, transformá-la numa brincadeira e não numa Guerra, pois desses dois a segunda sempre será a pior opção.
Também não quero perder as coisas que me fazem mal, pois é com elas que aprendo a ser alguém bom. E é com elas que aprendo a enfrentar meus problemas.
Não quero tentar compreender o que não tem explicação, e se for pra desejar voltar no tempo, que seja por causa de momentos bons, e não porque me arrependi. Afinal, se não fosse assim, quem sabe como seria?
A única coisa que eu quero neste momento é sentir. Sentir todas as emoções com intensidade, não importa quais sejam. Sentir meu coração pulsar, não importa o motivo. Também não importa se eu chore ou sorria. A única coisa que importa é que estou viva agora, e que como uma criança, eu possa ser feliz pelo simples e maravilho fato de existir...